Artigo #2 | Bairro da Liberdade

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É desde a sua origem que o Bairro da Liberdade demonstra poucas condições de habitação e é alvo de bastante degradação, pondo em risco a possibilidade de uma vivência saudável e de um processo evolutivo quer do bairro, quer educacional, principalmente para os mais jovens. Contudo, desde cedo que este bairro é considerado uma referência para aqueles que pretendem melhorar as condições de vida dos bairros, abrindo portas a novos projectos e intervenções (realizadas ou não).

O artigo apresentado de seguida é um óptimo exemplo disso. Este, constitui uma síntese dos fundamentos para a elaboração de um Plano de Intervenção (com início no final de Outubro 2001) para a zona da encosta Noroeste do Vale de Alcântara, englobando o Bairros da Liberdade. O seu grande propósito assenta nas conclusões efectuadas no relatório produzido pela comissão e publicado no dia 4 de Março de 1997.

“Bairro da Liberdade
A zona de maior impacto na área de intervenção deste plano é a correspondente ao Bairro da Liberdade. Este Bairro surgiu nas primeiras décadas deste século [século XX], acompanhando o processo de industrialização da cidade que teve, na época, o Vale de Alcântara como um dos seus mais importantes pólos. Nos anos sessenta, devido ao fluxo de população rural emigrando para Lisboa em procura de emprego, verifica-se novo acréscimo populacional, traduzido em novas construções ilegais e nalgumas operações especulativas.

É, portanto, um dos seus mais antigos bairros irregulares, se não ilegais, de Lisboa, encontrando-se hoje extremamente degradado e com baixo índice de condições de habitabilidade. Acresce que parte substancial do Bairro, construído de forma expontânea e com má qualidade, encontra-se fundado em encostas algo instáveis.

Mas, apesar disso, constata-se que a estrutura do Bairro apresenta alguma lógica interna (o que levou a sua classificação no PDM como Área Consolidada), quer em termos espaciais, quer em ternos de vivências e relações sociais, podendo constituir uma referência para futuras intervenções.

Porém, apesar do seu crescimento estar associado à expansão gerada no Vale de Alcântara e também à proximidade com a Estação de Caminho de Ferro de Campolide, este Bairro nunca foi completamente assimilado pelo tecido urbano, mesmo depois da construção do Bairro da Serafina, mais moderno.”

Mais informações sobre o artigo [aqui].

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