O nosso livro do bairro, como
não podia
deixar de ser, é mais um objecto cujo foco central é o
Senhor Armindo e a sua garagem. Para o conteúdo e até mesmo
a nível gráfico, o
dadaísmo
revela-se a nossa maior referência. Todas as páginas são
brancas, com texto a preto e pequenos apontamentos de cor ou papel craft. O
livro conta a história do Bairro (o Bairro) e de
certa forma a nossa inserção nele, através de
pessoas, sitios e relações estabelecidas por nós (Nós e o Bairro), de forma mais ou menos cronológica. Antes do centro do
livro, contamos a origem do Bairro da Liberdade, depois do centro, são
exemplos soltos de coisas que existem lá e características
dos habitantes, que abordamos muitas vezes de forma irónica e
pessoal, visto que este é um livro do ÀCOCA -
que está
assinado com o logótipo na última página. O
centro é o
Senhor Armindo e, por detrás, a sua garagem, que sugou
tudo o que existe nas outras páginas do livro. Em forma de
pop-up gigante, quisémos transmitir, mais uma vez,
a forma como a garagem absorve coisas de todos lugares do bairro, neste caso de todas as
páginas
do livro sobre o bairro. É por esse motivo que na
primeira página do livro a composição do
comboio está do lado esquerdo e, à medida
que passamos as páginas até ao
centro, os textos/desenhos/composições/pop ups vão-se
encaminhando para o lado direito. Do centro até ao fim do livro acontece o
contrário,
encaminham-se do lado direito para o esquerdo. As setas representadas na capa são o
primeiro indício de que no centro do livro haverá algo que todos têm de
ver. Todos os pop ups que surgem espalhados nas páginas do livro são
simples, propositadamente, para que o pop up central seja ainda mais
surpreendente e inesperado.
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